O evangelho da Cruz


Tema: O Evangelho da Cruz
Texto: Mateus 10:38

Introdução:
Há um só evangelho, o evangelho de Deus; porém, muitos dos chamados pregadores de hoje, estão nas palavras de Paulo: “mercadejando” a Palavra de Deus. Trocando seus ensinamentos eternos por idéias passageiras. Hoje se fala de vários tipos de evangelhos como o Evangelho da Prosperidade, o Evangelho da Satisfação, mas será esse, o evangelho pregado primeiramente por Jesus e seus apóstolos? Evangelho nesse contexto significa boa notícia e não os livros de Mateus a João. Paulo escreveu a Igreja: “Se mesmo um anjo vindo do céu, lhes pregar outro evangelho diferente daquele que nós lhes pregamos, que seja amaldiçoado!”. Qualquer outra pregação dita evangélica que não se conforma com o padrão apostólico está debaixo de maldição.  O apóstolo Luiz Hermínio ensina que há três tipos de evangelho: O evangelho do legalismo que gera condenação, o evangelho da bajulação e o evangelho bíblico que gera convicção (o evangelho da Cruz).

A CRUZ ANTES DE CRISTO

Na época do regresso do cativeiro babilônico, Ciro ameaçou crucificar todo aquele que embaraçasse  a execução de suas ordens. Antíoco crucificou muitos judeus que não abandonaram sua religião. Os fariseus crucificavam seus inimigos. A cruz era símbolo sagrado pelos caldeus, fenícios, egípcios e nações orientais. É provável que a cruz não fosse muito mais alta que a altura de um homem, conta-se que os pés, ficava apenas um palmo acima da terra.

A CRUCIFICAÇÃO NA ÉPOCA BÍBLICA

Havia várias formas de cruz: A cruz de Santo André em formato de X (decussata), a cruz de Santo Antônio em formato de T (comissa), e a cruz Latina, na qual a maioria dos estudiosos acreditam ser a forma de cruz na qual Jesus foi crucificado em formato de somar + (imissa). A crucificação era uma execução destinada a povos escravos e aos criminosos mais vis. As vezes a morte era tão lenta que durava de trinta e seis horas a nove dias. Para apressar a morte, havia duas formas: Quebrava-se as pernas do crucificado, ou então, furava-lhe o lado com lança, isso na cultura judaica. Já os romanos, abandonavam o crucificado aos leões famintos, ou então acendiam uma fogueira ao pé da cruz para queimá-lo. A crucificação era assim: O condenado era flagelado com o azorrague (um chicote de doze tiras) estando nu, muitas vezes os soldados fixavam pregos, pedaços de ossos de carneiro, bola de chumbo, chamado Flagrum e depois carregava sua cruz até o local de execução fora da cidade também nu, quando chegava lá, sua mão esquerda era pregada primeira, depois a direita, a cruz era suspensa e depois os pés eram crucificados; a perna do crucificado era torcida pro lado e era curvada. Era uma forma dolorosa de morte, tanto que a palavra latina “Crux” deu origem ao termo  “Excruciante” que significa “dor e tortura intensas”. A crucificação era um instrumento conhecido como a punição mais cruel e vergonhosa emprestada aos gregos e romanos pelos fenícios, a ela foram condenados criminosos, escravos, assaltantes, autores e cúmplices de revoltas e ocasionalmente para divertimento dos governantes até homens justos e cidadãos romanos. Spartacus, escravo romano que quase levou o império romano a falir, foi condenado a morrer crucificado.

SIMBOLOGIA DA CRUZ NO NOVO TESTAMENTO

TOMAR A CRUZ E SEGUIR JESUS Mateus 10:38 – Sacrificar seus interesses egoístas, suportar diariamente reprovações, mal-entendidos e vergonha ao trabalhar para Ele.

EXPIAÇÃO SUBSTITUTIVA II Coríntios 5:21 – Cristo é nosso substituto, tomou sobre si nossos pecados e nos reconciliou com Deus pela sua cruz.

UNIÃO DO CRENTE COM CRISTO Romanos 6:4; Gálatas 2:20; 6:14 – Ele morreu a nossa morte, para que vivêssemos sua vida plena, Nos unimos ao Senhor e formamos com ele um só espírito.

O SIGNIFICADO TEOLÓGICO DA CRUCIFICAÇÃO DE JESUS

a.      Para Paulo

A crucificação de Cristo é visto como evento salvífico que transforma radicalmente o mundo, providenciando uma motivação completamente nova para ação e pensamento. É uma palavra obrigatória para a raça humana. É uma mensagem que condena nossos pecados e liberta nosso espírito. É escândalo para qualquer cristianismo contaminado em suas próprias experiências como a Igreja em Corinto ou legalista
que nega a Cruz como a Igreja da Galácia. Foi vicária, isto é substitutiva, redentora.

b.      Para Pedro

Foi profética. Pedro vê em Jesus o cumprimento das palavras de Isaías. Pedro vê a inauguração dos últimos dias com a morte de Jesus. Vê o plano redentor desde a eternidade. (Apocalipse 13:8; I Pedro 1:18-20)

O SIGNIFICADO DA PALAVRA CRUZ

Staurós
no grego significa tanto estaca quanto cruz.

Levando em consideração o ano no qual o Senhor Jesus foi crucificado que foi o 18 ano de Tibério César fica historicamente claro que Jesus foi crucificado e não estacado. E ainda em João 20:25, Tomé diz sobre os cravos no plural indicando pelo menos dois, isto é, um cada em mão.

A Palavra crucificação vem do latim Crucifigo  “cravo numa cruz”. Originalmente era uma estaca afiada na qual a vitima ficava amarrada pelos braços, ou então, era atravessado no peito, ou espetada pelo ânus e saindo pelo boca.

A QUANTIDADE DE MENÇÃO

Substantivo Grego – 28 vezes
Verbo Grego – 46 vezes

Na NVI ocorre no Novo Testamento 30 vezes de Mateus 10:38 a Hebreus 12:2

  • A cruz é para todo discípulo de Jesus – Mateus 10:38
A cruz tem por finalidade matar. O crucificado só olha pra frente, não tem mais planos e fica imóvel. Deus não nos chama  para viver como quisermos, mas vivermos uma vida de cruz, de renúncia. Evangelho sem Cruz não é evangelho, é bajulação! Viver no Evangelho é morrer para o mundo, para mim, e viver em Deus no Espírito. Há momento de Dores, mas depois da cruz vem o poder. Foi após a cruz que Jesus disse: "Foi-me dado poder no céu e na terra" (Mateus 28:18). Cruz é fonte de poder (1 Coríntios 1:18).Você só tem autoridade em uma área quando aquela área está crucificada e Cristo a domina. Evangelho sem cruz é bajulação!!!

  • Cruz é Escândalo – Gálatas 5:11
Hoje o preço do evangelho foi barateado, hoje se fala de prosperidade e cura, mas não se fala mais da Cruz, da renúncia. Prosperidade e cura são partes do Evangelho, mas a cruz é a pregação apostólica. Conta-nos a história que o apóstolo André ao ser sentenciado a morte por crucificação, abraçou a cruz e disse: “oh Cruz tão esperada! Falei de ti a vida toda e agora tenho privilégio de partir selando a minha mensagem com Sangue”. Se você falar pra um cristão hoje que ele tem de renunciar seu ego, ele se escandaliza.

  • Cruz é Humilhante – Filipenses 2:8
É viver na contra-mão do sistema, é ser careta, é ser evitado, é sofrer. Deus não tem prazer no sofrimento, mas como ensina C. S. Lewis: O Sofrimento é é o megafone de Deus para um mundo ensurdecido. Com tristeza de rosto se faz melhor o coração.

Conclusão:
Vivamos o evangelho da Convicção, o Evangelho da Cruz. Porque outro evangelho está debaixo de maldição.

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