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Um fato a meu respeito é que eu tenho uma predileção pela teologia de Martinho Lutero; nesse artigo espero expor as razões que me levaram à essa predileção. Lutero é um ser-humano antes de qualquer coisa. Lutero é um homem antes de teólogo. Ele teve altos e baixos, medo, ousadia e ira. O seu medo é revelado na experiência da tempestade em Stotternheim onde ele decidiu entrar no mosteiro dos eremitas agostinianos. Sua ousadia pode ser vista na dieta de Worms diante do imperador Carlos V, quando ele exclamou: Minha consciência é cativa à palavra de Deus ; finalmente, sua ira é demonstrada na relação da revolta dos camponeses, dos escritos anti-semitas e contra o papado.  Como homem, seu linguajar seria ofensivo para muitos atualmente. Certa feita, Lutero disse ao diabo que lhe lambesse o cu; em outra, disse que afugentou o diabo com um peido. Lutero chamava aqueles teólogos racionalistas de 'teólogos-porcos'. Lutero possuía opiniões errôneas antes durante e depo

Reforma Protestante: Teologia de Martinho Lutero - Comemoração 499 anos.

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499 anos de Reforma: A teologia de Lutero Estamos às portas de comemorarmos quatrocentos e noventa e nove anos de Reforma e para tanto abordaremos nesse pequeno artigo o objetivo teológico de Martinho Lutero ao sustentar firme a causa reformatória. Oswald Bayer, ministro luterano e estudioso de Lutero define o consolar consciências atemorizadas como um dos muitos objetivos da teologia reformatória de Martim Lutero [1] . Lutero viveu numa época em que a humanidade sentia ansiedade em relação ao destino e à morte, culpa e condenação e vazio e falta de sentido existencial espiritual [2] .  O pavor da morte era tal que João Capistrano chegou a levar uma caveira para o púlpito e pregar sobre a iminência e força da morte. A situação era tão grave que no século XIV anunciou-se que se praticava canibalismo, tamanha era a crise agrária. Violavam-se túmulos para comer carnes dos mortos pelos pobres na Polônia e Silésia [3] . Nesse sentido o Lutero católico era filho de seu t

O Império se torna cristão: Boa iniciativa?

O Império se torna cristão: Boa iniciativa? É sabido que com Édito de Milão em 313 dC, a perseguição aos cristãos no Império Romano cessa. É Sabido também que durante o reinado de Teodósio I o cristianismo é oficialmente declarado religião do Império e 'quem quer que seguisse outra forma de culto receberia punição do Estado' (Earlie, p. 106) e com isso todos passaram a ser inclusos no rol de membros da Igreja. Hurlbut, em sua História da Igreja Cristã, registra resultados negativos e positivos para a Igreja com o fim da perseguição e oficialização do cristianismo como religião oficial (p. 86-94). Dentre os resultados negativos está justamente o fato de todos estarem dentro da igreja sem conversão, mas por conveniência. Essa conveniência trouxe para dentro da Igreja homens inescrupulosos que buscaram somente vantagens, sejam cargos eclesiásticos ou posição política. Os costumes pagãos foram adotados na liturgia cristã, tornando a adoração cristã cheia da pomposidade
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Fuja da hiperespiritualidade! Os  “hiperespirituais”  são um fenômeno comum em círculos cristãos. São pessoas tão santas e irrepreensíveis, que fazem as demais sentirem-se lixo jogado na rua ao lado delas. Transmitem tamanho ar de superioridade espiritual, que todos temem que elas possam, com apenas um olhar, identificar todos os seus pecados. Não pecam, e talvez nunca tenham pecado. Oram o tempo todo e sabem as Escrituras de trás para frente. São as primeiras a se colocarem em pé para orar. Estão sempre com as mãos e os olhos erguidos aos céus. Não tem nada do que se arrepender. Nunca tiveram dúvidas a respeito de sua própria fé. O texto “ajuda-me na minha falta de fé” não faz sentido para elas, pois sua fé é tamanha que não mudaria apenas um monte, mas um continente de lugar. É óbvio que estou usando de sarcasmo para fazer uma caricatura. Não há no mundo pessoa que possua tais atributos. O que há, são os que ostentam orgulhosamente essa falsa  hip

confissões de um ‘teólogo cansado’

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Eu não estou bem certo de que escrever as confissões de um ‘teólogo cansado’ será de alguma utilidade para alguém e muito menos seguro de que é correto fazê-lo. Mas o farei, pois poderá ser que alguém também se identifique. Eu estou cansado de ser teólogo. Eu li bastante a Bíblia nesses anos de convertido, e não digo isso para orgulho, e isso me fez ‘azedo’ quando notei, na minha denominação, que pessoas que a liam menos que eu eram mais descolados.  Eu era bastante solicitado para orar, para pregar, para viajar, principalmente quando se precisava de alguém ‘de Deus’, um ‘bom conhecedor da Palavra e que tenha intimidade com o Pai’. Confesso, minhas interações eram bem pequenas, dado que o assunto que eu sabia bem era o assunto das Escrituras e quase ninguém sabia ‘desenrolar’ comigo o assunto. Por essa razão fui arrastado para a pregação leiga. Eu estou cansado de ser teólogo. Chegou um momento na mocidade da igreja em que os homens começaram a orar a Deus por namoradas e eu